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THE MONKEY ISLAND

Você já filmou com um macaco no ombro? Bem, essa foi parte da incrível experiência durante as filmagens do nosso último documentário em The Monkey Island, um paraíso caribenho para macacos resgatados no Panamá.





PREMIADO MELHOR CURTA DOCUMENTÁRIO no Golden Tree International Documentary Film Festival em Paris este ano (2023), o curta “The Monkey Island” conta a história de macacos resgatados que vivem em uma ilha sustentável no Mar do Caribe panamenho. Órfãos, vítimas de crimes contra a vida selvagem ou criados de forma inadequada como animais de estimação, a maioria desses macacos está traumatizada demais para viver na natureza selvagem novamente.

Depois de deixar o Canadá e passar anos em um veleiro, Francine encontrou seu refúgio no arquipélago de Bocas del Toro, um dos principais destinos de ecoturismo do Panamá com 9 ilhas principais, milhares de ilhotas, densa floresta tropical nublada primária e manguezais caros. Um paraíso natural onde você pode surfar, mergulhar, relaxar com seu coquetel com vista para águas cristalinas, velejar, festejar e comer muito bem.


Mas a 40 minutos da Ilha Colon você encontra paz total no Urraca Private Island, um Eco-Lodge sustentável onde Francine mora e também administra a Monkey Island Foundation. Fomos pela primeira vez a convite de um surfista americano chamado Lucas Rogers e sua amiga local apenas para um passeio de um dia. Eles oferecem tours para ajudar nas despesas mensais dos macacos (veterinário, alimentação, remédios), os turistas vêm de barco para passar algumas horas na ilha com Francine aprendendo sobre os animais e possivelmente interagindo com os macacos que estão acostumados a pessoas. Como Mika, o macaco nesta primeira imagem que nosso cinegrafista aquático, Alex Thompson, capturou deste lindo bugio pendurado em uma árvore e brincando com água salgada. Ela estava realmente tentando tocar a caixa estanque da câmera e ficou tão incrível que abre o documentário e se tornou minha imagem favorita feita por dele durante nossa estada lá.



Enquanto Mika era fotografada e alimentada com frutas pelos nossos amigos, comecei a conversar com o incrível ser humano que cuida da The Monkey Island, a franco-canadense Francine Roy. Ela me contou sua história e eu imediatamente fiquei arrepiada. Verificamos a previsão e voltamos algumas semanas depois preparados para filmar sua história.



Filmar com o pequeno Zorro no ombro tornou-se normal, já que ele era órfão e nunca queria estar sozinho.


Dormindo algumas noites neste paraíso entre abundante vida marinha, bugios, micos e macacos-esquilo, compartilhando histórias com Francine durante nossas deliciosas refeições ou simplesmente registrando cada detalhe nos fez sentir mais conectados com este lugar único na Terra. Filmar com o pequeno Zorro no ombro tornou-se normal, já que ele era órfão e nunca queria estar sozinho. Este pequeno macaco bugio é um dos personagens do documentário - sim, temos personagens macacos pela primeira vez. Zorro perdeu a mãe eletrocutada na linha de energia elétrica em Bocas. Ele ainda estava dentro da barriga, o veterinário realizou o parto mas a mãe não sobreviveu. Nesses casos, quando orfãos não conseguem se proteger sozinhos na selva, os veterinários locais enviam os pequeninos para a Ilha dos Macacos, onde podem viver com outros macacos resgatados em uma ilha só deles - e sem predadores.


A Ilha dos Macacos é formada por duas ilhas, e devo dizer que minha única frustração foi não poder ir na outra ilha, que é especialmente designada para os macacos resgatados (somente). Estes são os Capuchinhos-de-cara-branca que não gostam de novos amigos humanos e mordem para se comunicar, então eu tive que estar na borda da ilha principal e esperar pacientemente que eles aparecessem na minha lente 600 mm. Mas era isso ou possivelmente ser atacada pelo bando, e todos que filmam a vida selvagem sabe que respeito e limites são extremamente necessários (até com os que estão mais acostumados com pessoas).



A ilha onde nós podemos ficar é onde está a casa de Francine e o Eco-Lodge, composto por lindos bangalôs na água, uma fazenda de lagostas, painéis solares, comida local incrível e uma bela conexão com a população indígena que vive ao seu redor. A comunidade vizinha, dos Ngobe, desempenha um papel importante em seu negócio, vendendo peixes e outros frutos do mar, e sua mão direita, Elisia, é uma incrível chef indígena. Além disso, Francine também organiza passeios de ecoturismo para a ilha deles. Lá, tivemos uma manhã incrível aprendendo a fazer pão de coco com uma matriarca Ngobe da Ilha Tigre. Eles também a ajudaram em seu famoso projeto da ponte entre as duas ilhas, mas você terá que assistir ao documentário para entender essa parte.


"Se ela tivesse que dar a vida por um desses macacos, ela o faria.”

A chef indígena Elisia fala sobre Francine.



O amor que essa senhora tem pelos macacos é surreal. Ela estudou tudo sobre diferentes espécies e faz tudo possível para cuidar de cada um que chega à sua ilha. A bugio mais velha, Toutie, seu primeiro macaco resgatado, é agora a rainha do lugar, que ensina os novos macacos e faz as regras. Todos eles têm nomes e histórias tristes, mas encontraram uma ilha e um protetor para chamar de seu. Duas vezes por semana a Francine faz um happy hour de caiaque com a Toutie, e nem preciso dizer, foi um dos momentos mais especiais dos nossos dias filmando por lá. Uma curiosidade neste passeio é que, quando o caiaque se aproxima da Ilha dos Macacos, somente Toutie sobe e os outros apenas observam respeitosamente. E a amizade das duas é mesmo de arrepiar...



Porém, isso era março de 2020 e a Covid estava começando a se alastrar pelo mundo.


Estávamos passando um tempo surfando na ilha principal de Bocas e partimos para filmar na Monkey Island sem realmente saber o que estava acontecendo. Ninguém falava em fechar aeroportos nem nada do tipo, mas tudo mudou durante nossos três dias de filmagem. Ao voltarmos para a ilha principal fomos recebidos com ruas cheias de gente comprando quilos de arroz, feijão e outros alimentos e utensílios domésticos nos supermercados e rumores de que as ilhas iriam fechar. Quando decidimos que deixar a ilha era a melhor escolha, fomos forçados a nos separar devido aos nossos diferentes países de origem e às novas diretrizes para voar durante esse período. Mas, por quase um ano, com certeza a edição deste documentário salvou minha mente de enlouquecer com os lockdowns da Covid. Na verdade, me deu tempo suficiente para montar minunciosamente essa história que nos rendeu o maior prêmio até hoje como documentarista. A Ilha dos Macacos foi meu primeiro doc ambiental que espero inspire as pessoas a proteger e respeitar a vida selvagem como a Francine faz, mesmo que você tenha que comprar uma ilha para defender seu ponto de vista.


POR Lorena Montenegro



ASSISTA nosso documentário online:








VISIT the Monkey Island


Bocas Del Toro, Panama




THE MONKEY ISLAND


FILMED, DIRECTED & EDITED BY Lorena Montenegro


AERIAL & WATER CINEMATOGRAPHY BY Alex Thompson


ARCHIVE PICTURES BY Francine Roy / Christine Campestre / Bianca Tscherne


SOUNDTRACK BY Quincas Moreira / Pablo Dominguez / Coyote Island


CLOSED CAPTIONS BY Alex Thompson


PRODUCED BY Moana Filmes


THANKS TO The Monkey island Foundation & Francine Roy






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